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Pela Primeira Vez, Google Revela Quanta Energia é Necessária para Fazer uma Pergunta ao Gemini
O Google acaba de nos dar pela primeira vez uma visão do impacto de fazer perguntas aos seus modelos de IA.
Com pressa? Aqui estão os fatos rápidos:
- Um prompt de texto do Gemini usa 0,24 watt-hora – como um micro-ondas por um segundo.
- Cada consulta Gemini consome cinco gotas de água e emite 0,03 gramas de CO2.
- O processamento do chip de IA é responsável por 58% do uso total de eletricidade do Gemini.
Um novo relatório técnico, primeiro revisado pelo MIT, indica que a consulta de texto média do Gemini consome 0,24 watt-horas de eletricidade. Para colocar isso em perspectiva, é como ligar o micro-ondas por um segundo, ou assistir televisão por cerca de nove segundos. E não é apenas eletricidade. Cada comando também consome cinco gotas de água e produz 0,03 gramas de dióxido de carbono.
“Queríamos ser bastante abrangentes em tudo o que incluímos”, disse Jeff Dean, cientista-chefe do Google, conforme relatado pelo MIT. Ele explica que o relatório cobre não apenas os chips de IA, mas também a infraestrutura de suporte, como CPUs, memória, máquinas de backup e sistemas de refrigeração de data centers.
O MIT relata que as descobertas mostram que apenas 58% do uso de energia vem dos chips que alimentam o Gemini. O hardware de suporte representa 25%, o equipamento de backup inativo 10% e o resfriamento e a sobrecarga 8%.
“Com grande poder de computação vem grande responsabilidade ambiental”, disse Partha Ranganathan, um vice-presidente do Google, acrescentando que a empresa está focada em reduzir o impacto climático da IA, conforme relatado pelo Axios.
Segundo o Google, o consumo de energia e as emissões de seus prompts de texto diminuíram substancialmente desde maio de 2025, pois eles melhoraram os modelos e a otimização de software. O MIT relata que isso resultou em 33 vezes menos uso de energia e 44 vezes menos emissões de CO2, quando comparado ao ano anterior.
A empresa alcançou uma redução adicional de emissões através das suas compras de energia limpa, que atingiram 22 gigawatts desde 2010.
O relatório foca exclusivamente em consultas de texto, enquanto ignora os processos intensivos em recursos de geração de imagens e vídeos e não considera os altos requisitos de energia necessários para treinar modelos de IA. O número total de consultas Gemini permanece não divulgado pelo Google, o que dificulta a avaliação de seu impacto geral.
Ainda assim, o Axios aponta que o relatório cobre apenas consultas de texto, não as tarefas mais intensivas em recursos de geração de imagens ou vídeos. Além disso, ele não aborda as altas demandas de energia para treinar modelos de IA. Os críticos também observam que o Google não divulgou o número total de consultas Gemini, tornando difícil avaliar o impacto geral.
Mesmo assim, especialistas chamaram a divulgação de um marco. “Acredito que isso será uma peça fundamental no campo de energia da IA”, disse Jae-Won Chung da Universidade de Michigan, conforme relatado pelo MIT. A pesquisadora da Hugging Face, Sasha Luccioni, acrescentou: “As pessoas querem saber qual é o custo.”